sábado, 19 de dezembro de 2009

Capitulo cinco do velho livro

Como um instrumento musical,
teu corpo solta notas em minha cabeça,
que vão dos mais agudos gemidos aos mais graves suspiros,
como um brinquedo que não me cansa,
uma voz que me instiga,
nada mais importa,
o tão valorizado,
já se faz totalmente desnecessário,
voar em uma cama é muito fácil quando não se tem amarras morais

quem brinca com as mãos,
também sabe brincar com a língua
meu bem se lhe entrego tudo de uma vez
não te sobra nada de fluido no corpo
e como bem sabes,
não me canso fácil
no teu terceiro sonho
eu ainda nem fechei meus olhos

sabe que a preguiça é proporcionalmente
inversa a força de vontade,
e tua vontade me da tanta força
que a preguiça se evapora em saliva
que molha teu pescoço
esquenta tua orelha
arrepia tuas pernas e cala tua boca
em um beijo saudoso

vamos do blues ao francês
como de quem vai de quatro para de joelhos
entre nos o corpo não tem limites
nossas amarras se estendem alem das paredes do quarto escuro

invertemos as coisas com tanta facilidade...
sinto que te chupo com os olhos,
te vejo com as mãos,
te sinto com a língua
e me divirto trocando a falta de bolas
pelo doce contorno suave da tua boca

muitas mãos já me tentaram
muitas bocas já acharam que me provocavam
então, seja criativo meu amor
solta teus gemidos ao pé do meu ouvido
me fala das tuas vontades mais sinceras
me pede pra te liberar, que eu me libero...

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